quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Psicanálise x Freud Além da Alma por Carolina F. S. Rezende


Psicanálise:

Desenvolvida por Sigmund Freud, é um campo clinico e de investigação da psique humana, independente da psicologia embora derivado dela.
Este método abrange três áreas:

  •          Investigação da mente e seu funcionamento;
  •          Sistema teórico sobre a vivencia e o comportamento humano;
  •          Método de tratamento psicoterapêutico.

Em uma de suas palestras, na Sociedade Médica de Viena, mostrou que, através de conhecimentos anteriores, e de seus aprendizados com Charcot em Paris, havia pensamentos de níveis inconscientes, que havia traumas vindos de fatos ocorridos na infância, e que era preciso ainda descobrir seus elos. Não teve sucesso, pois Meynert, alegou que o que Freud havia dito não tinha nada de novo. Assim, Meynert foi aplaudido pela assembléia.


A formulação da Psicanálise representou basicamente a consolidação em um corpo doutrinário de conhecimentos existentes, como a estrutura tripartite da mente, suas funções e correspondentes tipos de personalidade, a teoria do inconsciente, o método terapêutico da catarse, e toda a filosofia pessimista da natureza humana difundida na época. Além de alicerçar-se - como método terapêutico -, nas descobertas do médico austríaco Josef Breuer, como doutrina tem em seus fundamentos muito do pensamento filosófico de Platão e do filósofo alemão Arthur Schopenhauer. No entanto, ao serem esses conhecimentos incorporados na Psicanálise, foi aberto o caminho para um número grande de conceitos subordinados que eram novos, como os de atos sintomáticos, sublimação, perversão, tipos de personalidade, recalque, transferência, narcisismo, projeção, introjeção, etc. A psicanálise constituiu-se, por isso, em um modo novo de abordar as condições psíquicas correspondentes a estados de infelicidade e a comportamentos antissociais, e deu nascimento ao tratamento clínico psicológico e psiquiátrico moderno.

Os primórdios da psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém-formado, trabalhou na clínica psiquiátrica de Theodor Meynert, e mais tarde, em 1885, com o médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris, França).

Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento efetivo para pacientes com sintomas neuróticos ou histéricos. Ao escutar seus pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da falta de aceitação cultural, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconscientes. Notou também que muitos desses desejos se tratavam de fantasias de natureza sexual. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência e da resistência em análise. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a dizer tudo o que lhe vem à mente (método de associação livre). Suas aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de especial interesse na escuta, como também todas as experiências vividas são trabalhadas em análise. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de neutralidade. Uma postura de não julgamento, visando a criar um ambiente seguro.

O modelo psicanalítico da mente considera que a atividade mental é baseada no papel central do inconsciente dinâmico. O contato com a realidade teórica da psicanálise põe em evidência uma multiplicidade de abordagens, com diferentes níveis de abstração, conceituações conflitantes e linguagens distintas. Mas isso deve ser entendido em um contexto histórico cultural e em relação às próprias características do modelo psicanalítico da mente.

A tarefa que o método psicanalítico se empenha em resolver pode expressar-se em diferentes fórmulas, que em essência, no entanto, são equivalentes. Pode-se dizer: a tarefa do tratamento é eliminar as amnésias. Preenchidas todas as lacunas da memória, esclarecidos todos os efeitos enigmáticos da vida psíquica, tornam-se impossíveis a continuação e mesmo a reprodução da doença. Pode-se ainda conceber a condição para isso da seguinte maneira: todos os recalcamentos devem ser desfeitos; o estado psíquico passa então a ser idêntico àquele em que todas as amnésias foram preenchidas. De alcance ainda maior é outra formulação: trata-se de tornar o inconsciente acessível à consciência, o que se consegue mediante a superação das resistências. Mas não se deve esquecer que tal estado tampouco se apresenta no ser humano normal, e que só raramente fica-se em condições de levar o tratamento a um ponto que se aproxime disso. Assim como a saúde e a doença não se diferenciam em princípio, estando apenas separadas por fronteiras quantitativas determináveis na prática, não se pode estabelecer como meta de tratamento outra coisa senão o restabelecimento prático do enfermo, a restauração de sua capacidade de rendimento e de gozo. Num tratamento incompleto ou havendo um resultado imperfeito, obtém-se sobretudo uma significativa melhora do estado psíquico geral, enquanto os sintomas, embora com uma importância diminuída para o paciente, podem persistir, sem que a pessoa seja rotulada de enferma.

O procedimento terapêutico, abstraídas algumas modificações insignificantes, mantém-se o mesmo para todos os quadros sintomáticos da histeria, com suas múltiplas formas, e para todas as configurações da neurose obsessiva. Mas isso não implica que sua aplicabilidade seja irrestrita. A natureza do método psicanalítico envolve indicações e contra-indicações, tanto em relação às pessoas a serem tratadas quanto com respeito ao quadro patológico. Os mais favoráveis para psicanálise são os casos crônicos de psiconeurose com poucos sintomas violentos ou perigosos, e portanto, em primeiro lugar, todas as espécies de neurose obsessiva, pensamento e ação obsessivos, e os casos de histeria em que as fobias e abulias desempenham o papel principal; e ainda todas as expressões somáticas da histeria, desde que a pronta eliminação dos sintomas não seja a tarefa primordial do médico, como na anorexia. Nos casos agudos de histeria, é preciso aguardar a chegada de uma fase mais calma; em todos os casos em que o esgotamento nervoso domina o quadro clínico, deve-se evitar um procedimento que por si só requer esforço, traz apenas progressos lentos e, por algum tempo, não pode levar em consideração a persistência dos sintomas.

Para que uma pessoa se submeta com proveito a psicanálise, são muitos os requisitos exigidos. Em primeiro lugar, ela deve ser capaz de um estado psíquico normal; durante os períodos de confusão ou de depressão melancólica, não se consegue nada nem mesmo num caso de histeria. Cabe ainda exigir dela certo grau de inteligência natural e de desenvolvimento ético; com pessoas sem nenhum valor, o médico logo perde o interesse que lhe permite aprofundar-se na vida anímica do doente. As malformações de caráter acentuadas, traços de uma constituição realmente degenerada, externam-se no tratamento como fontes de uma resistência difícil de superar. Nesse aspecto, a constituição estabelece um limite geral para a capacidade curativa da psicoterapia. Também a faixa etária próxima dos cinquenta anos cria condições desfavoráveis para a psicanálise. Nesse caso, já não é possível dominar a massa do material psíquico, o tempo exigido para a cura toma-se longo demais e a capacidade para desfazer processos psíquicos começa a enfraquecer.

Apesar de todas essas limitações, é extraordinariamente grande o número de pessoas aptas para a psicanálise, e a extensão trazida a nossos poderes terapêuticos por esse procedimento é, segundo Freud, muito considerável. Para um tratamento eficaz, Freud requer períodos longos, de seis meses a três anos; contudo, informa que até agora, em vista de diversas circunstâncias fáceis de imaginar, só esteve em condições de testar seu tratamento, na maioria das vezes, em casos muito graves: em pessoas enfermas desde longa data e totalmente incapacitadas, que, frustradas por toda sorte de tratamentos, foram buscar como que um último recurso em seu procedimento novo e recebido com muitas dúvidas. Nos casos de doença mais branda, a duração do tratamento poderia encurtar-se muito, obtendo-se em ganho extraordinário em termos de prevenção para o futuro.

Freud Além da Alma:

John Houston dirigiu o filme que mostra um período da vida do pai da psicanalise, Sigmund Freud.
Relata assim, fatos importantes de 1885 a 1890, começando por um conflito de seu principal personagem em tratar ou não um caso de histeria pois acreditava que a mesma é uma mentira.

Ansioso para por fim no sofrimento de seus pacientes vai a Paris estudar a doutrina de Charcot e a retornar se casa .

Continuando seus estudos, chegou a conclusão que realmente após a hipnose os sintomas permaneciam. Continuou a usá-la mesmo assim, tentando fazer com que as lembranças continuassem, após o momento do transe.

Com um sonho descobre seu complexo de Édipo e passou a auto analisar-se pois Breuer se recusou a faze-lo. Foi demitido do hospital ao contrariar Meynert e hipnotizar um paciente. Depois disto Freud elabora com base em um único experimento a Teoria das Neuroses aonde dizia baseá-la em todos os casos já tratados e que todos os traumas estão ligados a sexualidade, mas para Breuer a teoria era baseada nele próprio.
Com a morte de seu pai, ao não conseguir entrar no cemitério, Freud descobre que seu pai cometeu algum erro, e que este erro estaria escondido em algum lugar de sua mente, assim decidiu-se voltar ao cemitério e assim tem um insight que suas neuroses podem vir da infância.

Cecily continua sendo tratada por Freud, que abole o método hipnótico e a leva a varias lembranças com a livre associação consciente. Assim, volta a pensar na sua infância e tenta descobri o que o levou ao mal estar no cemitério.



Entre varias conversas com Breuer, Freud chega a conclusão que o pai de Cecily não a molestou e sim a menina projetou no pai todos os seus desejos inconscientes. Ao apresentar sua teoria no Conselho de Psiquiatria de Viena, vários médicos vão se retirando do local enquanto ele fala e Breuer o defende na frente dos outros médicos.

Ao fim do filme, Freud consegue adentrar no cemitério e ir ate a lapide de seu pai.

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