quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Espontaneidade e Criatividade x Conserva Cultural por Carolina F. S. Rezende


Espontaneidade e Criatividade:
  • Espontaneidade: s.f. Caráter daquilo que é espontâneo, naturalidade, facilidade.
  •  Criatividade: Criativo, misturador, ativo, trabalhador, esforçado, criatividade é a atitude de fazer algo sobre alguma coisa ou alguém que já existe..



Espontaneidade não é fazer qualquer coisa em qualquer momento, em qualquer lugar, de qualquer maneira, o que seria uma espontaneidade patológica.

Ser espontâneo é fazer o oportuno no momento necessário. É a resposta boa a uma situação geralmente nova, e por isso mesmo difícil. Deve ser uma resposta pessoal, integrada, e não uma repetição ou uma citação inerte, separada de sua origem e de seu contexto.

A espontaneidade opera no presente, nas situações vividas no aqui e agora, estimulando o indivíduo na direção de novas respostas a situações já conhecidas ou adequando suas respostas diante de situações inesperadas.

Quando falamos em espontaneidade logo surge, também, a criatividade. São categorias diferentes. Um indivíduo espontâneo, mas sem criatividade, será um idiota espontâneo. Assim, a espontaneidade sem a criatividade é vazia e abortiva.

A criatividade pode ser definida como toda a possibilidade de o sujeito se jogar todo em qualquer experiência sem se moldar ou sem temer o costumeiro ou convencional.

Ser criativo é deixar que a intuição ajude a inteligência a resolver problemas. A criatividade depende muito da coragem do indivíduo de dizer ou de fazer coisas além do senso comum.

Depende, enfim, de saber errar, de perder o medo de errar. Criatividade e espontaneidade andam juntas. Criatividade sem espontaneidade é como um criador sem braços, desarmado. Espontaneidade, sem criatividade, é pura tolice!

[Hamilton Bueno]

Conserva Cultural:

“A luta contra as conservas culturais é característica marcante de toda nossa cultura; expressa-se de várias formas na tentativa de escapar destas conservas. Este esforço de escapar do mundo-conserva parece tentativa de retornar ao paraíso perdido..” (Moreno, 1992, p. 149)

Às conservas culturais é atribuída, segundo Moreno, apenas a função de um produto acabado que adquiriu uma qualidade quase sagrada, entretanto a função criadora pode ser desabrochada lançando uma nova espontaneidade. A conserva cultural seve para preservar valores de uma determinada cultura , pode assumir a forma material, por exemplo, “o livro é o arquétipo de todas as conservas culturais.” (Moreno, p. 158). E pode apresentar-se também sob a forma de rituais , cerimônias, etc.

Freqüentemente agimos regidos por conservas culturais que nos moldam ao longo da vida. Quando estas são mantidas e repetidas  sem a devida consciência e crítica, corremos o risco de  nos tornar seres robotizados, programados e sem criatividade, reproduzindo comportamentos iguais a nossos pais e avós.
Nestes casos,  construímos  hábitos que vão se incrustando, como cimento e argamassa, tornando-nos rígidos como a pedra. De humanos, viramos seres petrificados com as articulações endurecidas e a quem a mudança assusta mais que a noite escura.


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