Behaviorismo
Behaviorismo (comportamento, conduta),
também designado de comportamentalismo, é o conjunto das teorias psicológicas
que definem o comportamento como o mais adequado objeto de estudo da Psicologia.
O comportamento geralmente é definido por meio das unidades analíticas respostas e estímulos investigados
pelos métodos utilizados pela ciência natural chamada Análise do
Comportamento.
Como
precedentes do Comportamentismo podem ser considerados os fisiólogos russosVladimir
Mikhailovich Bechterev e Ivan
Petrovich Pavlov. Bechterev, grande estudioso de neurologia e psicofisiologia, foi o
primeiro a propor uma Psicologia cuja pesquisa se basea no comportamento, em
sua Psicologia Objetiva.
Pavlov, por sua vez, foi o primeiro a propor o modelo de condicionamento do comportamento
conhecido como reflexo
condicionado, e tornou-se conceituado com suas experiências de
condicionamento com cães.
Tipos
de Behaviorismo:
·
Behaviorismo Clássico
O Behaviorismo Clássico apresenta
a Psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das ciências
naturais. A finalidade da Psicologia seria prever e controlar o comportamento
de todo e qualquer indivíduo.
A proposta era
abandonar, o estudo dos processos mentais, como pensamento ou sentimentos,
mudando o foco da Psicologia, para o comportamento observável. Adotava um
esquema S-R (estimolo – resposta). No caso, comportamento seria qualquer
mudança observada, em um organismo, que fossem consequência de algum estímulo
ambiental anterior, especialmente alterações nos sistemas glandular e motor.
·
Neobehaviorismo
Mediacional
o Segundo Edward C. Tolman
Vários
comportamentos não puderam ser modelados no Behaviorismo Clássico. Em resposta a isso, vários psicólogos propuseram modelos behavioristas
diferentes. Destes podemos destacar Edward C. Tolman, primeiro
psicólogo do comportamentalismo tradicionalmente chamado Neobehaviorismo Mediacional.
Esse modelo
apresentava um esquema S-O-R (estímulo-organismo-resposta) onde,
entre o estímulo e a resposta, o organismo passa por eventos mediacionais. Esses eventos seriam,
um componente do processo comportamental que conectaria os estímulos e as
respostas, sendo os eventos mediacionais processos internos.
o Segundo Clark L. Hull
Ainda
baseada o paradigma S-O-R, entretanto, para Hull, essas variáveis mediacionais
eram caracterizadamente intra-organísmicas,
e neurofisiológicas. Esse é o principal ponto de discordância entre os dois
autores: enquanto Tolman efetivamente trabalhava com conceitos mentalistas como
memória, cognição etc. Hull rejeitava os conceitos cognitivistas em nome de
variáveis mediacionais neurofisiológicas.
De um lado,
Tolman adotava a abordagem onde o
indivíduo é dividido entre corpo e mente (embora assumindo-se que o estudo da
mente não possa ser feito diretamente); de outro, Hull adota uma posição onde o
organismo é puramente neurofisiológico.
·
Behaviorismo
Filosófico
O Behaviorismo Filosófico (também
chamado Behaviorismo Analítico e Behaviorismo Lógico) é a teoria que
trata do sentido e da semântica das estruturas de pensamento e dos conceitos.
Defende que a idéia de estado mental é, na verdade, a idéia de disposição
comportamental ou tendências comportamentais. Afirmações sobre o que se
denomina estados mentais seriam, então, apenas descrições de comportamentos, ou
padrões de comportamentos.
·
Behaviorismo
Metológico
O
behaviorismo metodológico entende o comportamento apenas como respostas
públicas dos organismos. A questão da observabilidade é central. Somente
eventos diretamente observáveis e replicáveis seriam admitidos para tratamento
por uma ciência, inclusive uma ciência do comportamento. Essa admissão decorre
apenas por uma questão de acessibilidade, ou seja, não seria possível uma
ciência de eventos privados simplesmente por eles serem desta ordem, privados.
·
Behaviorismo
Radical
O
Behaviorismo Radical foi desenvolvido não como um campo de pesquisa
experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o comportamento humano.
As pesquisas experimentais constituem a Análise Experimental do Comportamento,
enquanto as aplicações práticas fazem parte da Análise Aplicada do
Comportamento. O Behaviorismo Radical seria uma filosofia da ciência do
comportamento.
Argumentos Beharioristas:
Existe a epistêmica, afirmações
sobre estados internos dos organismos feitas por observadores são baseadas no
comportamento do organismo. Por exemplo, a afirmação de que um rato sabe o caminho para o
alimento é baseada na observação do fato de que o animal chegou até o
alimento, o que é um comportamento. Para um behaviorista, os chamados fenômenos
mentais poderiam muito bem ser apenas padrões de comportamento.
Outro
argumento muito popular a favor do Behaviorismo é a idéia de que estados
internos não provêm explicações para comportamentos externos por eles mesmos
serem comportamentos. Explicar o comportamento animal exigiria uma apresentação
do problema em termos diferentes do conceito sendo apresentado. Para um
comportamentalista, estados mentais são comportamentos, de modo que utilizá-los
como estímulos resultariam em uma referência circular. Para o behaviorista,
estados internos só seriam válidos como comportamentos a serem explicados; uma
teoria que seguisse tal princípio, porém, seria comportamentalista.
Críticas:
Uma das
razões comumente apontadas é o desenvolvimento das neurociências. Essas
disciplinas jogaram nova luz sobre o funcionamento interno do cérebro, abrindo
margens para paradigmas mais modernos na Psicologia. Outra crítica ao Behaviorismo
afirma que o comportamento não depende tanto mais dos estímulos quanto da
história de aprendizagem ou da representação do ambiente do indivíduo. Vários críticos apontam para o fato de que um comportamento não precisa
ser conseqüência de um estímulo postulado. Uma pessoa pode se comportar como se
sentisse cócegas, dor ou qualquer outra sensação mesmo se não estiver sentindo
nada.
Noam
Chomsky foi um crítico do Behaviorismo, e apresentou uma suposta limitação
do Comportamentalismo para modelar a linguagem, especialmente a aprendizagem. O
Behaviorismo não pode, segundo Chomsky, explicar bem fenômenos linguísticos
como a rápida apreensão da linguagem por crianças pequenas. Chomsky afirmava
que, para um indivíduo responder a uma questão com uma frase, ele teria de
escolher dentre um número virtualmente infinito de frases qual usar, e essa
habilidade não era alcançada perante o constante reforçamento do uso de cada
uma das frases. O poder de comunicação do ser humano, segundo Chomsky, seria
resultado de ferramentas cognitivas gramaticais inatas.
Gestalt: A psicologia da forma
A Psicologia da Gestalt é uma das tendências
teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. Seus articuladores se
preocuparam em construir não só uma teoria consistente, mas também uma base
metodológica forte, que garantisse a consistência teórica.
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O
termo mais próximo em português seria forma ou configuração, que não é muito
utilizado por não corresponder exatamente ao seu real significado em
Psicologia. No final do século passado muitos estudiosos procuravam compreender
o fenômeno psicológico em seus aspectos naturais (principalmente no sentido da
mensurabilidade). A Psicofísica estava em voga.
Ernst Mach (1838-1916), físico, e Chrinstiam Von
Ehrenfels (1859-1932), filósofo e psicólogo, desenvolviam uma psicofísica com
estudos sobre as sensações (o dado psicológico) de espaço-forma e tempo-forma
(o dado físico) e podem ser considerados como os mais diretos antecessores da
Psicologia da Gestalt. Max Wertheimer, Wolfgang Köhler e Kurt Koffka, baseados
nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram
as bases de uma teoria eminentemente psicológica.
Eles iniciaram seus estudos pela percepção e
sensação do movimento. Os Gestaltistas estavam preocupados em compreender quais
os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico
é percebido pelo sujeito com uma forma diferente do que ele é na realidade.
A percepção
A percepção é o ponto de partida e um dos temas centrais
dessa teoria. Os experimentos com a percepção levaram os gestaltistas ao
questionamento da psicologia associacionista.
O Behaviorismo, dentro de sua preocupação com a objetividade,
estuda o comportamento através da relação estímulo-resposta, procurando isolar
um estímulo unitário que corresponderia à uma dada resposta e
desprezando os conteúdos da consciência, pela impossibilidade de controlar cientificamente
essas variáveis.
A Gestalt entende que é de suma importância a disposição
em que são apresentados à percepção os elementos unitários que compõem o todo.
Uma de suas formulações bastante conhecidas é a de que "o todo é diferente
da soma das partes". Ou
seja, a percepção que temos de um todo não é o resultado de um processo de simples
adição das partes que o compõem.
A indissociabilidade da parte em relação ao todo permite
que quando vemos o fragmento de um objeto ocorra uma tendência à restauração do
equilíbrio da forma, proporcionando assim o entendimento do que foi percebido.
Esse fenômeno perceptivo é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos
pontos que compõem uma figura (objeto).
A boa forma
A partir desses fenômenos da percepção a Gestalt procura
explicar como chegamos a compreender aquilo que percebemos. Se os elementos
percebidos não apresentam equilíbrio, simetria, estabilidade, simplicidade e regularidade,
não será possível alcançar a boa-forma.
O elemento que objetivamos compreender deve ser apresentado
em seus aspectos básicos, de tal maneira que a tendência à boa-forma conduza ao
entendimento. Essa formulação representa uma das conseqüências pedagógicas da
psicologia da Gestalt.
Relação
figura / fundo
O fundo é o que
podemos chamar de campo visual. É caracterizado pela sua homogeneidade. Passa
despercebido e é complementar da figura. Consideramos figura o que está em primeiro
plano.
Campo psicológico
O campo psicológico é entendido como um campo de forças
que atua na percepção, nos levando a procurar a boa-forma. Figurativamente
podemos relacioná-lo a um campo magnético criado por um imã (a força de atração
e repulsão). Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a
busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas.
Esse processo
ocorre de acordo com os seguintes princípios:
1. Proximidade: Os elementos mais próximos tendem a
ser agrupados.
2. Semelhança: Os elementos semelhantes são agrupados.
3. Fechamento: Ocorre uma tendência de completar os
elementos faltantes para garantir a compreensão.
4. Lei da pregnância:
Uma forma é pregnante quando se impõe com força e clareza. Quanto mais definida
for a sua estrutura, mais simples, mais regular ou mais simétrica, mais
pregnante será a forma.
Insight
A psicologia da Gestalt entende a aprendizagem como
uma decorrência da forma como as partes estão organizadas no todo.
As teorias associacionistas entendem que a
aprendizagem ocorre através da associação de elementos que anteriormente
estavam isolados e assim, por um processo aditivo, passa-se de um conhecimento
simples a um complexo. Os métodos de alfabetização podem nos auxiliar a pensar
algumas questões relativas a diferentes maneiras de conceber a aprendizagem. Os
chamados métodos sintéticos entendem que deve-se inicialmente ensinar a criança
a nomear, grafar e reproduzir o valor sonoro de todas as letras (elementos mais
simples) e, depois disso, ela estará apta a associar as letras entre si para
formar sílabas. Na seqüência ela associará sílabas entre si para formar
palavras e finalmente formará orações. Os chamados métodos analíticos seguem um
caminho exatamente oposto, pois primeiramente é apresentado o todo (palavra,
frase ou texto), enquanto unidade de significação, e somente após partem para o
exame das partes e das relações que elas mantém entre si para formarem esse
todo.
Quanto à questão do insight, podemos dizer que nem
sempre as situações vividas por nós apresentam-se de forma clara que permitam
uma compreensão imediata. Essas situações dificultam a aprendizagem porque não
permitem uma definição da figurafundo, impedindo a relação parte-todo.
Acontece, às vezes, de estarmos olhando uma figura
ou estarmos pensando em algo que nos parece bastante obscuro e, derepente,
sem que tenhamos tido qualquer processo de compreensão aditivo (somando as
partes mais simples), a relação figura-fundo elucida-se.
A
esse fenômeno é dado o nome de insight. O termo designa uma compreensão
imediata e súbita.
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