Psicanálise é
um campo clínico e de investigação teórica da psique humana independente
da psicologia, inserido nesta desenvolvido por Sigmund Freud.
De acordo com
Freud, psicanálise é o nome de um procedimento para a investigação de processos
mentais que são quase inacessíveis por qualquer outro modo, um método (baseado
nessa investigação) para o tratamento de distúrbios neuróticos, e uma coleção
de informações psicológicas obtidas ao longo dessas linhas, e que gradualmente
se acumulou numa "nova" disciplina científica. A essa definição
elaborada pelo próprio Freud pode ser acrescentada um tratamento possível da
psicose e perversão, considerando o desenvolvimento dessa técnica.
Ainda segundo o
seu criador a psicanálise cresceu num campo muitíssimo restrito. No início,
tinha apenas um único objetivo — o de compreender algo da natureza daquilo que
era conhecido como doenças nervosas ‘funcionais’, com vistas a superar a
impotência que até então caracterizara seu tratamento médico. Em sua opinião,
os neurologistas daquele período haviam sido instruídos a terem um elevado
respeito por fatos químico-físicos e patológico-anatômicos e não sabiam o que
fazer do fator psíquico e não podiam entendê-lo. Deixavam-no aos filósofos, aos
místicos e — aos charlatães; e consideravam não científico ter qualquer coisa a
ver com ele.
Os primórdios da
psicanálise datam de 1882 quando Freud, médico recém formado, trabalhou na
clínica psiquiátrica de Theodor Meynert, e mais tarde, em 1885, com o
médico francês Charcot, no Hospital Salpêtrière (Paris,
França). Sigmund Freud, um médico interessado em achar um tratamento
efetivo para pacientes
com sintomas neuróticos ou histéricos. Ao escutar seus
pacientes, Freud acreditava que seus problemas se originaram da inaceitação
cultural, ou seja, seus desejos eram reprimidos, relegados ao inconsciente.
Notou também que muitos desses desejos se tratavam de fantasias de
natureza sexual. O método básico da psicanálise é o manejo da transferência
e da resistência em análise. O analisado, numa postura relaxada, é solicitado a
dizer tudo o que lhe vem à mente (método de associação livre). Suas
aspirações, angústias, sonhos e fantasias são de especial interesse
na escuta, como também todas as experiências vividas são trabalhadas em
análise. Escutando o analisado, o analista tenta manter uma atitude empática de
neutralidade. Uma postura de não-julgamento, visando a criar um ambiente
seguro.
A originalidade do
conceito de inconsciente introduzido por Freud deve-se à proposição de uma
realidade psíquica, característica dos processos inconscientes. Por outro lado,
analisando-se o contexto da época observa-se que sua proposição estabeleceu um
diálogo crítico à proposições Wilhelm Wundt (1832 — 1920) da
psicologia com a ciência que tem como objeto a consciência entendida
na perspectiva neurológica (da época) ou seja opondo-se aos estados
de coma e alienação mental.
Muitos colocam a
questão de como observar o inconsciente. Se a Freud se deve o mérito do termo
"inconsciente", pode-se perguntar como foi possível a ele, Freud, ter
tido acesso a seu inconsciente para poder ter tido a oportunidade de verificar
seu mecanismo, já que não é justamente o inconsciente que dá as coordenadas da
ação do homem na sua vida diária.
Não é possível
abordar diretamente o inconsciente (Ics.), o conhecemos somente por suas
formações: atos falhos, sonhos, chistes e sintomas diversos
expressos no corpo. Nas suas conferência na Clark University (publicadas como
Cinco lições de psicanálise) nos recomenda a interpretação como o meio mais
simples e a base mais sólida de conhecer o inconsciente.
Outro ponto a ser
levado em conta sobre o inconsciente é que ele introduz na dimensão da
consciência uma opacidade. Isto indica um modelo no qual a consciência aparece,
não como instituidora de significatividade, mas sim como receptora de toda
significação desde o inconsciente. Pode-se prever que a mente inconsciente é um
outro "eu", e essa é a grande ideia de que temos no inconsciente uma
outra personalidade atuante, em conjuntura com a nossa consciência, mas com
liberdade de associação e ação.
O modelo
psicanalítico da mente considera que a atividade mental é baseada no papel
central do inconsciente dinâmico. O contato com a realidade teórica da
psicanálise põe em evidência uma multiplicidade de abordagens, com diferentes
níveis de abstração, conceituações conflitantes e linguagens distintas. Mas
isso deve ser entendido em um contexto histórico cultural e em relação as
próprias características do modelo psicanalítico da mente.
Métodos Psicanalíticos
·
Associação livre
A livre
associação foi um método utilizado por Freud, em substituição à hipnose,
que consistia em deitar o paciente no divã e encorajá-lo a
dizer o que viesse à sua mente, sendo também este convidado a relatar seus sonhos.
Freud analisava todo o material que aparecesse, e buscava entendê-los e
encontrar os desejos, temores, conflitos, pensamentos e lembranças
que pudessem se encontrar, que estivessem além do conhecimento consciente do
paciente.
·
Atenção flutuante
Segundo Freud,
modo como o analista deve escutar o analisando: não deve privilegiar a priori
qualquer elemento do discurso dele, o que implica que deixa funcionar o mais
livremente possível a sua própria atividade inconsciente e suspenda as
motivações que dirigem habitualmente a atenção.
·
Transferência
Processo pelo qual
desejos inconscientes se atualizam sobre determinados objetos. Repetição de
protótipos infantis vivida com um sentimento de atualidade acentuada.
Contratransferência
Envolve
sensações, sentimentos e percepções que brotam no terapeuta, emergentes do
relacionamento terapêutico com o paciente: como respostas às manifestações do
paciente e o efeito que tem sobre o analista. É um sinal de grande significação
e valor para orientar o terapeuta no trabalho analítico.
·
Mecanismo de defesa
Designa em psicologia em
geral e na teoria psicanalítica em particular as ações psicológicas
que têm por finalidade reduzir qualquer manifestação que pode colocar em perigo
a integridade do ego, onde o indivíduo não consiga lidar com situações que
por algum motivo considere ameaçadoras. São processos subconscientes ou
mesmo inconscientes que permitem à mente encontrar uma solução para
conflitos não resolvidos no nível da consciência. As bases dos mecanismos de
defesa são as angústias. Quanto mais angustiados estivermos, mais fortes os
mecanismos de defesa ficam ativados.
·
Projeção
Segundo Freud,
a projeção é um mecanismo de defesa psicológico em que determinada pessoa
"projeta" seus próprios pensamentos, motivações, desejos e
sentimentos indesejáveis numa ou mais pessoas.
·
Resistencia
Em psicologia
clínica resistência, é qualquer ato ou atitude frente ao cenário
terapêutico, ou, já que o foco psicanalítico oposto analisado conteúdos
de acesso a partir do seu inconsciente.
De um ponto de
vista geral, o comportamento de resistência é o comportamento de oposição de um
indivíduo contra o outro (ou grupo) que pode ser positivo ou negativo. Ele
funciona como um negativo, quando a oposição ao bem-estar próprio e coletivo. É
positivo quando preserva hábitos valiosos, apesar da oposição do ambiente, por
exemplo, quando uma criança sempre lava as mãos que seus colegas não.
·
Ato falho
Inconscientemente,
isto é, através do ato falho o desejo do inconsciente é realizado. Isto explica
o fato de que nenhum gesto, pensamento ou palavra acontece acidentalmente. Os
atos falhos são diferentes do erro comum.
Freud evidenciou
que o ato falho era como sintoma, constituição de compromisso entre o intuito
consciente da pessoa e o reprimido.
Ato falho abrange
também erros de leitura, audição, distração de palavras. São circunstâncias
acidentais que não tem valor e não possuem consequência prática.
Os atos falhos são
compreendidos por muitas pessoas como falta de atenção, cansaço, eventualidade,
porém pode ser interpretado como uma manifestação reprimida.
·
Libido
É caracterizada
como a energia aproveitável para os instintos de vida. De acordo
com Freud, o ser humano apresenta uma fonte de energia separada para cada
um dos instintos gerais.
Sua produção,
aumento ou diminuição, distribuição e deslocamento devem propiciar-nos
possibilidades de explicar os fenômenos psicossexuais observados.
A libido apresenta
uma característica importante que é a sua mobilidade, ou a facilidade de
alternar entre uma área de atenção para outra.
Um filme que
mostra um pouco sobre a psicanálise e sua história é “ Freud, além da alma” que
é dirigido por John Huston, fala sobre o período da vida do "pai da
psicanálise" desde que ele se graduou no curso de Medicina na Universidade
de Viena até a formulação da teoria da sexualidade infantil.
O filme começa
mostrando Freud numa resistência em tratar de uma paciente com neurose de
histeria, em um hospital, cujo diretor era Meynert. Ele dizia acreditar que
histeria era uma mentira, e que acontecia somente para fugir das
responsabilidades.
Ansioso em obter respostas para acabar com o sofrimento de seus pacientes decidiu ir para Paris, estudar a doutrina de Charcot. Em uma de suas aulas, Charcot demonstrou que a histeria não era fruto de bruxaria, mas sim que era de origem psíquica. Ao regressar a Viena, Freud casou-se com Martha. Em uma de suas palestras, na Sociedade Médica de Viena, mostrou que, através de conhecimentos anteriores, e de seus aprendizados com Charcot em Paris, havia pensamentos de níveis inconscientes, que havia traumas vindos de fatos ocorridos na infância, e que era preciso ainda descobrir seus elos. Não teve sucesso, pois Meynert alegou que o que Freud havia dito não tinha nada de novo. Assim, Meyner foi aplaudido pela assembléia.
Continuando seus estudos, chegou a conclusão que realmente após a hipnose os sintomas permaneciam. Continuou a usá-la mesmo assim, tentando fazer com que as lembranças continuassem, após o momento do transe.
A sessões analíticas baseadas na livre associação tornou-se uma regra indispensável e unida à interpretação dos sonhos serviu de ferramenta para que Freud lançasse os princípios centrais da psicanálise. A descoberta do inconsciente e de sua importância psíquica constituiu o fundamento da psicanálise.
Em um de seus diálogos com Breuer, descobriram um erro na teoria de Charcot: a mente não se dividia. Apenas tirava o trauma da consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções são descarregadas fisicamente.
Ansioso em obter respostas para acabar com o sofrimento de seus pacientes decidiu ir para Paris, estudar a doutrina de Charcot. Em uma de suas aulas, Charcot demonstrou que a histeria não era fruto de bruxaria, mas sim que era de origem psíquica. Ao regressar a Viena, Freud casou-se com Martha. Em uma de suas palestras, na Sociedade Médica de Viena, mostrou que, através de conhecimentos anteriores, e de seus aprendizados com Charcot em Paris, havia pensamentos de níveis inconscientes, que havia traumas vindos de fatos ocorridos na infância, e que era preciso ainda descobrir seus elos. Não teve sucesso, pois Meynert alegou que o que Freud havia dito não tinha nada de novo. Assim, Meyner foi aplaudido pela assembléia.
Continuando seus estudos, chegou a conclusão que realmente após a hipnose os sintomas permaneciam. Continuou a usá-la mesmo assim, tentando fazer com que as lembranças continuassem, após o momento do transe.
A sessões analíticas baseadas na livre associação tornou-se uma regra indispensável e unida à interpretação dos sonhos serviu de ferramenta para que Freud lançasse os princípios centrais da psicanálise. A descoberta do inconsciente e de sua importância psíquica constituiu o fundamento da psicanálise.
Em um de seus diálogos com Breuer, descobriram um erro na teoria de Charcot: a mente não se dividia. Apenas tirava o trauma da consciência, deixava as lembranças inconscientes e as emoções são descarregadas fisicamente.
Durante um sonho,
descobriu seu complexo de Édipo e assim passou a fazer sua auto-análise, pois
Breur não o aceitou como paciente. A conselho deste, foi ao
hospital e foi surpreendido hipnotizando um paciente, contrariando a posição de
Meynert, o que causou sua demissão.
Freud elaborou a "Teoria das neuroses", mas Breuer não concorda que uma teoria parta de um só experimento, o de si próprio. Freud diz que essa teoria foi baseada com todos os casos já tratados e que todos os traumas estão ligados à sexualidade.
A paciente de Breuer, já tida como curada e que, segundo ele, não tinha nenhum problema causado pela sexualidade, volta a ter um surto, apresentando sintomas de trabalho de parto, sendo que não estava grávida. Breuer passa a cliente para Freud, alegando paixão dela por ele, e que não poderia deixar que isso interferisse em seu casamento.
Freud elaborou a "Teoria das neuroses", mas Breuer não concorda que uma teoria parta de um só experimento, o de si próprio. Freud diz que essa teoria foi baseada com todos os casos já tratados e que todos os traumas estão ligados à sexualidade.
A paciente de Breuer, já tida como curada e que, segundo ele, não tinha nenhum problema causado pela sexualidade, volta a ter um surto, apresentando sintomas de trabalho de parto, sendo que não estava grávida. Breuer passa a cliente para Freud, alegando paixão dela por ele, e que não poderia deixar que isso interferisse em seu casamento.
O pai de Freud
falece e Freud não consegue entrar no cemitério, desmaia, tem um sonho
amedrontador e diz para Breuer que os sonhos têm sentido para aqueles que
sonham, mas são ícones do inconsciente misturados com fatos do consciente, e de
difícil interpretação. Descobre que havia algum erro de seu pai escondido nas
profundezas da sua mente que ele não conseguia alcançar. Ao contrário das
outras pessoas, Freud procurava abrir os olhos e enxergar o mal que seu pai lhe
fizera.
Decidiu voltar ao cemitério com Breuer, novamente sente os mesmos sintomas. Pensa em alguma ligação, tenta desvendar o que estava encoberto com relação a seu pai, e vem a sua mente que as neuroses podem surgir desde a infância.
Decidiu voltar ao cemitério com Breuer, novamente sente os mesmos sintomas. Pensa em alguma ligação, tenta desvendar o que estava encoberto com relação a seu pai, e vem a sua mente que as neuroses podem surgir desde a infância.
Freud continua
tratando da paciente Cecily, que fora antes de Breuer. Abolindo o método
hipnótico por opção da própria paciente, Freud a leva a muitas lembranças
através da livre associação, em estado plenamente consciente. Cecily fala de
seus sonhos e fatos da sua vida, e Freud desvendando, certifica-se que pode
chegar ao inconsciente mesmo com o paciente em estado consciente.
Então, volta a
pensar em sua infância para tentar fazer uma ligação ao que causou o surto em
frente ao cemitério. Tem um sonho onde vê a figura da sua mãe que o deixou
sozinho para ir dormir com seu pai. Sentiu ciúmes porque queria a mãe ali e não
com o pai, assim veio a culpa por achar que desonrou seu pai.
Quando pensa em desistir, sua esposa pega uma de suas agendas e lê:
"O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio.
Quando pensa em desistir, sua esposa pega uma de suas agendas e lê:
"O progresso é como andar, consegue-se perdendo e ganhando equilíbrio.
É uma série de erros...
De erro em erro acaba-se descobrindo a verdade".
Freud lembra que
havia escrito uma vez: "...o falso é às vezes a verdade de cabeça para
baixo". Descobre que no universo da fantasia pode estar a realidade.
Quando a jovem dizia que o pai a molestou, na verdade ela queria possuir seu
próprio pai. Uma fantasia transportada para a fase adulta, que não sendo
trabalhada, tornou-se um recalque. Freud muda sua teoria, chegando a conclusão
que a criança também tem seus instintos sexuais desde quando nasce, suprindo
suas necessidades alimentares com o leite materno e satisfação de sua
sexualidade em sugar o seio da "mãe". Sua mãe ou quem cumpre essa
função, é seu primeiro objeto de desejo.
Conversando com Breuer, que acha difícil convencer os outros médicos, a idéia de que a teoria seria invertida, a sexualidade adulta tornar-se sexualidade infantil. Este, o tomando como filho, proíbe Freud de publicar aquele capítulo da sexualidade infantil. Freud resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho".
Em palestra no "Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena", Freud começa frisando como na "Idade da Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa falar sobre a fase oral. Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a falar dos desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se tornará um neurótico.
Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que Freud é um dos melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais poderia concordar com a teoria da "Sexualidade Infantil".
Já no final, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do cemitério, chegando até a lápide de seu pai.
Conversando com Breuer, que acha difícil convencer os outros médicos, a idéia de que a teoria seria invertida, a sexualidade adulta tornar-se sexualidade infantil. Este, o tomando como filho, proíbe Freud de publicar aquele capítulo da sexualidade infantil. Freud resiste dizendo: "chega uma hora que se deve renunciar a todos os pais e ficar de pé sozinho".
Em palestra no "Conselho de Neurologia e Psiquiatria de Viena", Freud começa frisando como na "Idade da Inocência" a criança não tem consciência sexual, porém começa falar sobre a fase oral. Os médicos começam a se retirar aos poucos, mas Freud continua a falar dos desejos da criança, da concorrência entre os pais, cita Édipo e que cada ser humano tem esse desafio, de se confrontar com o seu complexo e de superá-lo. Se conseguir superar se torna um ser humano completo, se não se tornará um neurótico.
Quando um dos médicos do conselho levanta-se e pergunta ao Dr. Breuer se ele concorda com Dr Freud, Breuer defende o amigo, dizendo que Freud é um dos melhores, no meio médico para esses assuntos, mas que jamais poderia concordar com a teoria da "Sexualidade Infantil".
Já no final, Freud caminha lentamente, consegue ultrapassar o muro do cemitério, chegando até a lápide de seu pai.
A psicanálise
revelou o inconsciente do homem e como ela o iluminou...Sigmund Freud revelou
outra parte da nossa mente - O funcionamento em segredo - que pode até mesmo
controlar nossas vidas.
Quais aspectos do ser humano estavam presentes no inconscientes.
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